29.4.09

erótica


agora no banho

imaginei sua boca

em meu mamilo
senti suas mãos
me apertando
de prazer
((((((((sorri com a idéia))))))))
gente excitada
é mais perigosa
que gente rígida...
pois vive suas fantasias
durante, através e junto com atividades cotidianas
gente que se permite ser o que sente
..........................................................
mais ou menos isso, amor:
interessa "aos donos do poder"nós dois bem infelizes e conformados.
interessa tanto como nós dois bem felizes e conformados.
nós dois bem e inconformados
isso não interessa, amor.
visitando reich/gaiarsa...límpido e certo

solidão


pensei no erotismo da vida...

pensei nas provocações que tenho feito

para algumas pessoas...

me sentir em cio

constantemente
tudo temperado por

muita admiração e respeito...

tudo por meus sentimentos

e para consciência geral da nação...

de que é permitido ser feliz...

sozinha ou acompanhada.


em verdade, pensei sobre escrever...

ato/desdobramento certeiro e positivo

da solidão...



visitando poemas daflôr dapele F.K.

28.4.09

O CARÁTER ARTÍSTICO DA CIDADE



Por Rosane Felix e Sanzia Pinheiro
A cidade como um acervo de arte, é o que sugere um grafite belíssimo na esquina da Avenida Prudente de Morais com a Rua Miguel Castro. O trabalho, possuidor de grande delicadeza é assinado por Japers. Na imagem é possível ler duas frases “solte as flores” e na “teoria a prática é outra”. A primeira nos fez pensar no artigo de Lúcia Marciel Barbosa de Oliveira e Liliana Sousa e Silva, a Cidade Como Experimentação no qual as autoras pensam a cidade como projeto coletivo: A cidade como teatro do encontro, como espaço de criatividade, como sistema de vida que desenvolve desejos e como projeto cultural.
A idéia de coletivo se distancia das idéias de massa e povo e se aproxima da idéia de coletivo como afirmação de uma multiplicidade de singularidades, de individualidades, voltadas para a ação conjunta. Neste sentido é interessante pensar a “poética do espaço” presente no transitório diálogo que produções marginalizadas, tão presentes em nosso cotidiano como o grafite, lambes e stencil pelas ruas, lançam ao transeunte que vivencia e observa o espaço. Questões de significado diverso, como o pertencimento, o simbolismo e historicidade presentes no ato de apropriação de lugares públicos, por parte de artistas invisíveis que compartilham conosco suas intervenções.
A importância de entender a cidade, enquanto produção artística, fruto não só do planejamento urbanístico, mas da representação que a ela dermos através de nossa percepção, estabelece diálogos de naturezas diversas através da arte, adicionando possibilidades que extrapolam o fluxo utilitário do espaço público cotidiano. O significado dessa experiência perceptiva fomenta a compreensão da cidade como um coletivo de interesses diversos, que reconhece o imaginário de cada morador como símbolo e parte da sua história.
“Na prática a teoria é outra” e “solte as flores”, fazem pensar na cidade como um lugar poético, portanto estético e artístico. Lembra o poema “a flor e a náusea” de Drummond. A arte das ruas nos oferece a oportunidade de quebrar a uniformidade dos dias, forjando com linhas, formas e cores novas possibilidades de existir e vivenciar Natal. Perceber a arte na cidade seria então um convite a “soltar as flores” de nossa percepção, ao percorre a cidade que vivenciamos, deflagrando assim, um olhar assimétrico sobre a própria arquitetura do ambiente e sobre acontecimentos sociais e políticos.

27.4.09

casa








a casa tem cheiro de sujeira

e está limpa

é o cheiro do estado das coisas

é o acúmulo das pequenas

tragicomédias cotidianas.


os lençóis tem cheiro

de murrinha...

são as horas bem dormidas

na cama.


tudo tem cheiro

de passado e aconchego...

assim a casa me cheira.

urgência

sinto urgência de escrever
é como se as palavras
fossem correr de mim
tropeçar nelas mesmas
embaralhando o sentido do texto

enquanto faço o cotidiano
me pego pensando
em escrita
largo tudo
saio colhendo palavras
que querem escapar

a tessitura está feita
que importa o tema
tudo é poema...

24.4.09

avaliação


o tema me emocionou

o encontro com gente que tem tempo de se pensar

me deixa assim...

reflexiva e alimentada de compartilhamentos...

bom saber que se têm pares...

bom saber que não se está só...

somos uma multidão de solitário

que se acompanham na construção de um devir


"a felicidade vai desabar sobre nós"


sobre o momento formativo de hoje

21.4.09

amizade

minha miopia
me faz ver melhor
vejo minha própria vida
de fora de mim...
bem perto...

homenagem ao amigo ilton em 20 de abril de 2009

20.4.09

soma

a alma é o corpo
a arma é o corpo

humana

...acordei ouvindo sua voz,
que me falou das mazelas deste mundo.
acordei arrepiada,
sentindo a força de sua voz...
acordei sentindo o quanto realmente existimos...
estamos aqui, ai, acolá...
implodindo essa miséria que ai está,
sendo gente de verdade
nosso corpo quer amor e prazer
não-violência!

sou o que sou
só isso...
ser o que sou é tudo que posso.
existo, logo existo...
demasiadamente humana...

escrito em 20 de agosto de 2003
oficina de consciência corporal em olinda-pe (que não pude participar...)

19.4.09

manuelando


... nínguém consegue fugir do erro que veio.

(in)satisfação

ou a mulher do outro

a única guia que tenho é minha respiração opressa
minha pele arrepiada
meus instintos
todo amor que vale a pena parece vir carregado de perigos
faz tempo que ofereco meu amor para nínguem
portanto tenho pouca experiência recente
do passado vivido ficou uma certeza
o bom é se entregar
sem medo
por inteiro
se rasgar de alegria e sofrimento
se ele tem outras
resta saber porque volta pra você
obrigação ou vontade
se for vontade que vá e volte por trilhões de vezes
e cada retorno seja a primeira chegada
se você for a favorita do harém...
seja sua rainha...
o difícil é satisfação...

17.4.09

acontece


em meu corpo algo se mexe

sinto desejo de manhãs de amor intenso

sair pela rua indignada

e feliz

brilhando prá quem quiser luz


descobrir seus olhos sorridentes

me encantou

encontrar gente que é

me faz assim

inspirada

verto delícias e palavras


prá você desejo toda poesia que houver nesse mundo



16.4.09

Fermentações Visuais

Coleti(arte)vismo
Ou transgressões convergentes


Rosane Felix


Discutir Arte como um conceito puro tornou-se praticamente estéril. Por mais que teorizemos, ela (com letra maiúscula ou minúscula) permeia setores sociais, atende a distintos e diversos interesses que por vezes, sem fim, se chocam e se anulam.
O caminho artístico pressupõe domínio de técnicas, uso de materiais e procedimentos institucionalizados ao longo do tempo, que têm sido postos em xeque no ocidente desde os primeiros movimentos modernistas.
Experiências artísticas deflagradas por coletivos como o GIA_BA, o ENTORNO_DF, o OXENTE_RN, o EIA_SP, dentre outros, expressam mundos particulares que são trazidos para a esfera das políticas culturais e dos direitos civis em países “democráticos”, onde sabemos que esses direitos dificilmente poderão ser exercidos pela maioria da população, inscrita numa condição de pobreza e ignorância extremas.
O ativismo na arte contemporânea mostra claramente o quanto é necessário imprimir na existência humana a condição artístico-estética de ser e estar no corpo, no bairro, na cidade, enfim, na realidade social e cultural de onde se está inserido, vivenciando a expressão de nossas ações cotidianas.
É interessante refletir sobre a produção artística coletiva, que tem suas origens na década de 70/80, com grupos como o Viajou sem Passaporte, 3Nós3 e Manga Rosa, cujas ações tinham claros objetivos políticos, em contraponto a muitas ações coletivas da atualidade que se configuram muito mais como um espaço de sociabilidade, visibilidade e subjetividade que por outras vias seriam praticamente inexistentes, convergindo para novas transgressões nos campos da arte. Tudo passa a ser transitório, investigativo, vivencial, abre lacunas, interroga, preocupa, causa estranhamento e transformação.
Há um ciclo que se constitui a partir dessas ações,como o despontar no próprio coletivo de artistas com propostas mais consistentes aos demais, participações em exposições, salões, bienais e afins, residências. Todo esse movimento não substitui o mercado e o circuito da arte, mas realiza uma ventilação, insere novos e paralelos circuitos, amplia a atuação crítica e curatorial.
Ainda não somos a projeção do discurso ético, político e estético que precisamos, mas também não somos a sombra do velho discurso projetado na modernidade.
Estamos construindo um discurso através de ações coletivas que dêem conta das realidades e dos indivíduos, produzindo arranhões na estrutura de maneira hibrida, fluida e conectiva, que libere nosso poder criativo de viver ética e dignamente.


Texto publicado no Jornal Tribuna do Norte 14 de abril de 2009
Caderno Viver
Coluna Fermentações Visuais por Sânzia Pinheiro
Publicado também no Blog Neoiluminismo por Tiago Franz : http://neoiluminismo.wordpress.com/2009/04/17/coletiartevismo-ou-transgressoes-convergentes/

15.4.09

pura poesia

ou sobre a poesia do inesperado momento de um beijo

estava eu lendo manoel de barros no ônibus
aconteceu de eu ver uma boca linda...
não resisti e escrevi
"sua boca é linda...
álguem já disse?
deu vontade de dizer..."
rasguei o papel, segurei...
hesitei...
mesmo assim lhe entreguei o bilhete...
qual a surpresa!
de sua boca linda, macia e encantadora
recebi um beijinho singelo e doce
ai, ai...
a poesia dele me beijou...
a poesia me beija

14.4.09

consideração


ou maneiras de amar...

realmente não dá prá saber se "tudo volta a ser como antes" depois de uma grande paixão ou fulgaz paixonite...
não dá pra saber se o que sentimos é temporário...
sabemos que tudo é temporário mais pode durar "uma vida inteira"...
por mais paradoxal que isso possa parecer...
penso que se pode escolher estar com duas ou mais pessoas por essas pessoas te fazerem bem de maneiras diferentes...
penso que esse "ou isso ou aquilo" é uma tirania da nossa cultura...
existem harmonias possíveis... que para serem conquistadas dão bastante trabalho...
precisam de muito amor, respeito, liberdade... e consideração

palavras carentes de sentido para a "sociedade dos infelizes anônimos"...
mas, viver dá trabalho e também muito prazer...

"eu não te basto, você não me completa... mas é lindo o gesto de se oferecer..."

eu acredito nisso, sendo assim é o que me guia...

sei lá, fazendo uma ilustração meio "esdrúxula"... moro no litoral...mas também tenho casa na montanha e no sertão...
qual delas é a "minha casa"...

em mim a resposta é simples... vem fácil, sem confusão... é a do litoral... foi a que comprei primeiro... a partir dela pude fazer planos... adquirir as outras...


consideração... é o meu critério...


quero amar com tudo... quero me reapaixonar sempre pela mesma pessoa, pelo mesmo amor, pelo mesmo e doce/azedo cotidiano...
tipo assim " o que vc significa na minha história, para mim... o que acontece em meu corpo quando nosso olhar se encontra... o que acontece em nossos corpos quando se tocam"

é desse amor que falo, é esse amor que quero...

que passa pelo meu corpo como onda de prazer acima de qualquer dissonância...

dentro do olho do furacão...

é muito subjetivo, mas eu sinto assim...


(pena ainda não ter encontrado alguém para compartilhar dessa aventura subjetiva de amor)


incrível... tenho lágrima nos olhos...
sinto um nó na garganta...
me sinto só...
mas sou minha.

quanto mais conseguimos nos sentir, entender nossa maneira de ser e estar no mundo, mais ficamos por dentro de nossas possibilidades de amar

amem amar de amor ( a redundância é fundamental nesse caso!)

7.4.09

porta
















oestranhobatenaamplitudeinteriornãoháresposta.éoestranho(oirmão)quebatemasnuncahaverá respostamuitoaléméopaísdoacolhimento.o.f



na roda se vê e se é visto
na roda entrou é prá rodar
a roda vai girando
em cada um
rodo eu, roda você
na roda/ciranda da vida
caiu na roda é pra jogar
caiu na roda mandinga e levanta
dá voltas no mundo
e volta pro mesmo lugar
diferente

1.4.09

uma das correspondências

ou uma pseudo - homenagemadoir

me chamou atenção a cor de suas unhas...
a armação dos óculos daqueles olhos seus...
acho que até o corte do cabelo...
mas foi o sorriso que me abriu sua janela
(dizem que os olhos são "as janelas da alma"... no caso dela não...
o sorriso é a janela do corpo, do aqui-agora)

um sorriso inteiro dela
um sorriso inteiro meu
e amamos o mundo de uma cidade...

escrito na madrugada de 26/27 de março de 2009

fome

ou uma pequena crônica do paladar

meus lábios...
se transformaram em todo o meu corpo.
a goiaba...
virou um planeta de sabor em expansão.
e assim pulsando...
fizemos amor...

deliranix

não é fácil, na verdade preciso esquecer...
tudo não passa de um delírio da minha percepção alterada...
do fluxo intenso da minha alterada percepção...
parece que como o Obelix eu cai num caldeirão de alguma porção mágica...
ele é forte o tempo todo...
eu sou quase o tempo todo alucinada...
(agora mesmo estou escrevendo e ouço diferentes passáros gorgeando lá fora... ouço a música tocando no apartamento de cima, a batida de uma porta se abrindo ou fechando... o cara que entrega água chamando...)
tenho muitos pensamentos em linhas de raciocínio diferentes. sinto o meu cheiro, o cheiro do lugar onde estou... sinto a língua se movendo na minha boca... vejo imagens mentais de lugares e pessoas... recordo trechos de livros e filmes... penso na reação de alguém lendo o que estou escrevendo ( é... você ai!)
a força do Obelix serve para proteger sua aldeia da invasão romana e para proteger a natureza...
de que serve minha alucinação...
há de haver sentido para todo esse sentir... (adoro as redundâncias)
tem dias como o de hoje, que uma simples conversa detona em mim uma vertigem de sensações...
saio de mim mesma por ai, colando lambes gigantescos, esculpindo e modelando formas, fazendo amor com alguem que não me ama numa cachoeira linda...
ainda assim permaneço aqui no " meu cantinho de tesouros" escrevendo no caderno ( é ainda sou muito analógica, adoro esse processo de escrever... ver a caneta desenhando no papel, ouvir o chiadinho gostoso desse gesto... as vezes até quando digito me pego pensando no rítmo do gesto...(digressão... digressão...)
enquanto o sentido não vem (sabe aquele grande... que num pase de mágica fará tudo fazer sentido... será que tem mesmo...) ou dito de outra maneira ... enquanto tudo é sentido...
sigo inspirada e delirando....

escrito na manhã ensolarada do dia 12/03/2009

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