31.3.10

uma letra

  ou simbolismo


sem espaço, 

8.

com espaço,

9. 

ciclo infinito...

mudou de nome.

transmutação

ou os alquimistas estão chegando
ou para ler transmutado


materia prima
lapidis philosophorum
coelum philosophorum
clemente carmem
4
triangulo para cima claro
triangulo escuro riscado para cima
triangulo claro riscado para baixo
triangulo para baixo escuro
vongoff
3
unfang
simbolo
símbolo
símbolo
der natur
2
simbolo
sol man lua weib
der metallen
1
frucht
simbolo tinctr
derkunft

groft hiz
grefte kafte

caos philosophorum
ialchimi alchimi alchimi alch
tuctura sacre scripture

conhecimento selvagem

ou pic-nic à beira do abismo

cortejava a ciência...
pulsão metafísica.

ego trip poética


estou com leminski...
escrevi já é poema.

achado/apropriado é roubado?

zen bu[ni]smo


Plurificar-se

é permitir-se ao mistério

que paira inesgotavelmente

nas experimentações...

faço minhas, literalmente,

 suas palavras . j. guedes

feminista

costurava o sutien
e pensava:
"quero é um homem
que me sustente"...


30.3.10

o oco do mundo entre duas pedras gigantes

.
.sabe um ouriço?
é! só que por dentro... e cor cremosa...
dava prá ver as marcas do tempo das águas...
a escavação, o desgaste...
um salão imenso, dentro d'água do mar.
chegaram remando.
como que em platôs, foram subindo sem esforço.
podia-se sentir a presão do mar lá de fora...
no oco principal... redoma-oca-salão, havia um furo no alto ao centro,
de onde aspergia água ao contrário.
o líquido não escorria mas passava...passava... imparável.
detalhes.
uma criança ao centro da roda recebia toda carga de energia acumulada, 
 tremia uma dança incorporação bonita.
comeram algo doce.
olhavam e se diziam em silêncio a graça de estar.
teriam chegado, estariam de passagem...
não havia perguntas no oco do mundo.
apenas estado de ser.
.

27.3.10

burguesa

ou o namorado da viúva

o significado da palavra não sabia.
mas aquela coleção de sapatos...
lhe dava nos nervos.
"era alguma atriz mal fadada.
figurinos rotos se desfiguram em seu teatro.
onde continua sua representação tosca."... pensava...

" que viuva é essa que todos tem medo, tem receio de ser dono dela?"

26.3.10

notícia

ou literária

ulisses e loreley se entregaram ao amor.
final de possibilidades...
 início de um enigma...
 "dois é um"
chamado vida...


pensamento

que a tensão da vida,
nunca esfrie o tesão de viver...
eu vou "torcer" para ver o que dá...

23.3.10

por prazer

" existe um ser que mora dentro de mim como se fosse casa dele, e é. trata-se  de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. seu focinho é úmido e fresco. eu beijo o seu focinho. quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. amenos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. aviso que ele não tem nome: basta chamálo e se acertar com seu nome. ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez".

paladar

se é gostosa...
come!

22.3.10

amor

olho d'água



que não soterra.



basta mexer um cadinho



já vaza um rio.

21.3.10

o livro dos prazeres ou uma aprendizagem

ou homenagem à clarice lispector
ou um bilhete de um suicídio
ou seres surgidos de naked lunch
ou epígrafe delirante de uma escritora


NOTA C.L.

ESTE LIVRO se pediu uma liberdade maior que tive medo de dar.
Ele está muito acima de mim.
Humildemente tentei escrevê-lo.
Eu sou mais forte que eu.


NOTA R.F.

ESTA VIDA se pediu uma força maior que tive medo de sentir.
Ela está muito acima de mim.
Humildemente tentei sentí-la.
eu sou mais livre do que eu.


para quem servirá esta nota de toda ajuda inútil apenas delírio intenso do fluxo alterado da conciência
questão que não cabe...
nunca saberei por quem realmente reverberei... tive sempre uma auditiva percepção rala.

ela fundida ao teclado, sugando a tela plasma...
a escritora morta.
encontrada por ninguém...
contando sua história para o espectro de si mesma nunca existida.
projetada para dentro do ato compartilhador da criação...
... renda-se, como eu me rendi. mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. pergunte, sem querer "a" resposta, como eu estou perguntando. não se preocupe em "entender" viver ultrapassa todo entendimento".

Jeanne:
je ne veux pas mourir! j'ai peur!
......................................................
il y a la joie qui est la plus forte!

( oráculo dramático de PAULCLAUDEL para música de H o n n e g e r,
Jeanne d'Arc au bucher.)

Depois disto olhou, e eis que viu uma porta aberta aberta no inferno no céu na terra na deusa no corpo, e a primeira voz que ouviu era como uma harpa, uma flauta, uma voz trépida e terna que falava dizendo: desce aqui, e mostrar-te-ei as coisas que devem acontecer depois destas.depois destas.depoisdestas ad infinitum.

18.3.10

entidade

ou a mão do olho que vê para dentro

entrei no ônibus cantando alto e profundo...
(Domingo 23 É dia de Jorge/É dia dele passear/Dele passear/No seu cavalo /branco/Pelo mundo prá ver/Como é que tá/De armadura e capa/Espada forjada em ouro/Gesto nobre/Olhar sereno/De cavaleiro, guerreiro justiceiro/Imbatível ao extremo/Assim é Jorge/E salve Jorge viva viva viva Jorge/Pois com sua sabedoria e coragem/Mostrou que com uma rosa/E o cantar de um passarinho/Nunca nesse mundo se está sozinho...)


um homem cafuso, cego do olho direito e olhar esquerdo agateado, começou a bater palmas como uma entidade...
forte e ritmado, nos intervalos dizia:
- minha nanan...minha nanan... minha nanannanannannann...

parei de cantar e ele continuou falando outras coisas que não consegui ouvir...
quando ele silenciou, olhei para trás.

nome

-moço, como é seu nome?
-todinho?
-do jeito que o senhor quizer...
-não, não... todinho, vou dizer:
- genilson vicente ferreira.

paixão

-moça, moça... mamãe é tudo prá sempre.
-moça, sou apaixonado por mamãe...
-papai já foi... quando mamãe for também moça?
...chorou cobrindo o rosto com seu boné.

enigma

-moça, moça... pergunte coisas prá mim... pode perguntar que genildinho tá aqui para responder...
-genildo, estou no caminho?
- tá! no caminho certo!
- moça, genildinho vai descer...
-genildinho, também vou descer.

a mão do olho

levantei, acolhi sua mão direita entre as minhas.
ele beijou minha mão direita e me abençoou.
beijei-lhe a mão e desci.

o despertar dos mágicos
introdução ao realismo fantástico
"o fantástico é uma manifestação das leis naturais, um efeito ao contato com a realidade quando esta é percebida diretamente e não filtrada pelo véu do sono intelectual, pelos hábitos, pelos preconceitos, pelos conformismos."

15.3.10

cartola

banana,
vinho e
música.



"quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar..."

12.3.10

perdendo dentes

a vida é assim...
uma extrAção,
é preciso sorte.

11.3.10

escrita

ela muda o verbo, o tempo e a pessoa.
nunca fala dela mesma...
cria histórias para ter do que falar.
se fossem fatos não escreveria...

sensação

o corpo distraido
memora o toque.

autodidata

sou vulnerável ao amor.
como amante humana dedicada e atuante
não procuro o amor perfeito.
vivo o amor indefinido e incompleto,
sempre iniciante.

sou vulnerável à dor.
como amante humana dedicada e atuante
não me apego ao sofrimento nem procuro punição,
aceito a dor como caminho das mudanças necessárias.

sou vulnerável.
hoje, possuo a coragem e a força do meu desespero.
aprendo.

brasa

teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

um incêndio basta
pra consumir esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo


meu corpo é brasa
faça  a casa incendiar...
consuma esse jogo
e vamos brincar de novo.


temperança

14ª carta do tarô.
representa a troca de fluido vital...
a pacificação que suaviza o ardor da paixão...
a passagem da luz à sombra...
do céu à terra...
você e eu?


6.3.10

uma erótica


a água do chuveiro molhava mais minha relva...
imaginar teu corpo, me pulsou por inteira.
imaginar você em mim é assim...
pulsão.



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