vem cá, meu bem!
cê sabe que me deixa ligada.
vamos ficar off line,
ao menos por um dia.
vamos gerar essa energia...
31.10.09
poder
"me disseram que sonhar era ingênuo...
e daí?"
a luta é feita contra os inimigos...
a revolução contra os inimigos quer tomar o poder.
com amigos quero criar outros poderes...
quero a insurgência de atos cotidianos.
outras possibilidades de ganhar a vida.
se poder é esse copo d´água turvo,
ele não mata minha sede.
quero beber água de quartinha...
quero água fresca de pote,
como o amor
que umedece.
e daí?"
a luta é feita contra os inimigos...
a revolução contra os inimigos quer tomar o poder.
com amigos quero criar outros poderes...
quero a insurgência de atos cotidianos.
outras possibilidades de ganhar a vida.
se poder é esse copo d´água turvo,
ele não mata minha sede.
quero beber água de quartinha...
quero água fresca de pote,
como o amor
que umedece.
29.10.09
distância
estar fora de si,
leva tão para dentro.
fica longe
qualquer encontro.
para dentro
é tanta estrada
que permite chegar
em você.
de tempos em tempos
se encontrar e perder,
necessários movimentos
necessários movimentos
de crescer.
27.10.09
palavras
a leveza da palavra
é mentira
que não permito mais.
melhor silêncio
a usar palavras de ocasião.
olho d'água
que não soterra.
basta mexer um cadinho
já vaza um rio.
25.10.09
23.10.09
dúvida
foi uma das sensações mais gostosas
que tive com você.
era como um eco...eco...eco...eco
um sonar, radar
coisa desse tipo.
ondas de som se propagavam
umas em diração às outras...
nossas vozes se cruzando
pelo espaço.
leve euforia
me percorreu.
seu corpo no meu
se envolveu.
tão
dentro
tão forte
e pulsante
e vivo.
há milhares de distâncias,
é possível estar assim tão perto?
sangrandas
sinto arrepio de emoção
quando penso seu sangue vivo,
derramado em palavras vivas
que cortam as páginas em branco.
elas sangram...
escrituras sangradas
vermelhas
vivas
vivas...vivas.
guia
ou vendedor de contas
lembrei do gesto generoso.
eu não tinha dinheiro trocado,
ao invés de vender me ofereceu.
devia saber que tudo que é dado
vem em dobro,
às vezes em jorro.
protegida desde então
me sinto mais
feliz.
sobre perder
ou os dragões e o dirígivel
aconteceu.
te ler me emocionou novamente.
seu estilo prático,
faz parte do meu, enigmático.
minha escrita sugere o
multiplo recorte de minha visão.
o seu também, de um modo sintético.
mais puxado para a razão.
são assim as diferenças de estilo,
suplementares.
sairei, levarei comigo teu coração.
cuido bem dele.
pegarei o zeppelin e
irei ter com os dragões...
aconteceu.
te ler me emocionou novamente.
seu estilo prático,
faz parte do meu, enigmático.
minha escrita sugere o
multiplo recorte de minha visão.
o seu também, de um modo sintético.
mais puxado para a razão.
são assim as diferenças de estilo,
suplementares.
sairei, levarei comigo teu coração.
cuido bem dele.
pegarei o zeppelin e
irei ter com os dragões...
22.10.09
energia
esses dias a energia faltou, aqui no condomínio.
comecei a ouvir vozes de gente conversando.
comecei a ouvir barulho de portas e portões se abrindo...
pessoas saindo de seus apartamentos.
de tempos em tempos a energia deveria faltar.
assim todos se lembrariam que a vida é uma ficção real, não só virtual.
assim todos retomariam o prazer cotidiano do contato com pessoas próximas que se tornam distantes.
eu, que já adoro, fui ler mais uma história para o meu filho.
fiquei a rir satisfeita, pensando no contato que pessoas que nem conheço estavam tendo.
já imaginou o mundo sem energia elétrica?
a vida seria mais local.
o mundo voltaria a ser maior.
nosso tempo voltaria para o lugar.
seríamos mais felizes?
21.10.09
funeral II
ou uma colaboração de "on ground"
Vendo aquele que entra em uma boate, após sair de seu carrão, que é bem recebido e aquele do outro lado da rua, jogado em um banco de praça, mal arrumado e ignorado pelo que parece ser.Me perguntei:
_Se o nascimento e a morte são iguais para todos, porque temos vidas tão diferentes?
_É obvio! Respondo para mim:
_Os dois já nasceram mortos, mas só um deles sabe disso.
A dúvida é:
_ Qual deles?
amo
é tão grande e forte
e tranquilo e teso
que posso estar só
com prazer
de me acompanhar.
esse amor me fez amar.
despedida
só de pensar um encontro
seu coração palpita mais forte.
sinte aquela sensação de borboletas.
sente-se mais viva.
o amor é assim...
uma ausente presença.
uma ausente presença.
vá para onde for.
olfato
sinto um cheiro dentro de mim.
aquele cheiro de boca.
aquele cheiro de pele.
aquele cheiro que tentam encobrir
com creme dental e perfumes.
gosto de tudo humano...
até dos odores.
funeral
ou o pato, a morte e a tulipa
um gemido de dor anuncia o fim de uma vida. fim no aqui, no agora. mais uma ida pelo avesso... saio de minha dor mar e mergulho na dor oceano dela. a vivência desse momento difícil transbordou força em ondas de amor. ao deitar em suas raízes, seu fruto filho mostrou ser maior do que se sabia...
Tema difícil a morte. Certeza eminente, mesmo assim, sempre nos surpreende .
Existe uma história linda... "As intermitências da morte", de José Saramago.
Nela a morte que sente o que é vida, se apaixona e não mata mais ninguém, provocando um caos na humanidade.
No livro "A grande questão" vários personagens respondem por que viemos ao mundo.
O passarinho diz que é para cantarmos nossa própria canção, o jardineiro diz que é para sermos pacientes, o marinheiro diz que é para navegarmos por todos os mares.
A pedra diz que é para estarmos aqui e pronto.
O pato diz não ter a menor idéia e a morte diz que é para amarmos a vida...
Essa mesma morte, reaparece em outro livro de Wolf Erlbruch.
Nele a morte aparece pela primeira vez para o pato que não fazia a menor idéia do que veio fazer no mundo.
A história começa por uma sensação de incomodo, uma inquietação...
O pato percebe que a morte está ao seu lado e descobre que ela tem um sorriso amigo, sendo até simpática se esquecermos "quem ela é".
“ – Está com frio? – perguntou o pato. – Posso te esquentar?
Ninguém jamais havia feito a ela uma proposta parecida”.
Ao conviver com o pato a morte passa a sentir coisas boas e inúteis da vida como sentar lado a lado sem prescisar dizer nada ou subir numa árvore... enfim ela descobre que as melhores coisas da vida não devem servir para nada...
“Às vezes, a morte podia ler pensamentos.
- Quando você estiver morto, o lago também não vai estar mais lá – pelo menos não para você.
- Tem certeza? – perguntou o pato espantado.
- Certeza absoluta – respondeu a morte.
- Menos mal. Então eu não preciso ficar triste por ele quando...
- Quando você estiver morto – disse a morte.
Era fácil para ela falar sobre a morte.
- Vamos descer – pediu o pato depois de alguns instantes – a gente tem cada pensamento estranho em cima das árvores...”.
Um dia o pato sente frio e pede que a morte o esquente.
Ela o esquenta com o olhar.
Enquanto ele descansa, o carrega no colo com cuidado até o grande rio.
“E continuou olhando o fluxo do rio por um bom tempo.
Quando perdeu o pato de vista, por pouco a morte não ficou triste.
Mas assim era a vida”.
“E onde a tulipa entra nesta história?”. é a pergunta na contra-capa do livro...
A tulipa estava na mão da morte desde que ela apareceu para o pato.
É a flor que o acompanha em sua jornada para além de morrer.
A tulipa vermelha representa o amor verdadeiro.
Aquele citado pela morte em "a grande questão", o amor que humaniza a morte no livro do saramago.
Viver, buscar sentido e morrer... nossas únicas certezas.
Certezas que nos fogem muitas vezes ao alcance...
Nos cabe então, construir sentidos muito próprios ao que se vive para morrer sempre em paz.
um gemido de dor anuncia o fim de uma vida. fim no aqui, no agora. mais uma ida pelo avesso... saio de minha dor mar e mergulho na dor oceano dela. a vivência desse momento difícil transbordou força em ondas de amor. ao deitar em suas raízes, seu fruto filho mostrou ser maior do que se sabia...
Tema difícil a morte. Certeza eminente, mesmo assim, sempre nos surpreende .
Existe uma história linda... "As intermitências da morte", de José Saramago.
Nela a morte que sente o que é vida, se apaixona e não mata mais ninguém, provocando um caos na humanidade.
No livro "A grande questão" vários personagens respondem por que viemos ao mundo.
O passarinho diz que é para cantarmos nossa própria canção, o jardineiro diz que é para sermos pacientes, o marinheiro diz que é para navegarmos por todos os mares.
A pedra diz que é para estarmos aqui e pronto.
O pato diz não ter a menor idéia e a morte diz que é para amarmos a vida...
Essa mesma morte, reaparece em outro livro de Wolf Erlbruch.
Nele a morte aparece pela primeira vez para o pato que não fazia a menor idéia do que veio fazer no mundo.
A história começa por uma sensação de incomodo, uma inquietação...
O pato percebe que a morte está ao seu lado e descobre que ela tem um sorriso amigo, sendo até simpática se esquecermos "quem ela é".
“ – Está com frio? – perguntou o pato. – Posso te esquentar?
Ninguém jamais havia feito a ela uma proposta parecida”.
Ao conviver com o pato a morte passa a sentir coisas boas e inúteis da vida como sentar lado a lado sem prescisar dizer nada ou subir numa árvore... enfim ela descobre que as melhores coisas da vida não devem servir para nada...
“Às vezes, a morte podia ler pensamentos.
- Quando você estiver morto, o lago também não vai estar mais lá – pelo menos não para você.
- Tem certeza? – perguntou o pato espantado.
- Certeza absoluta – respondeu a morte.
- Menos mal. Então eu não preciso ficar triste por ele quando...
- Quando você estiver morto – disse a morte.
Era fácil para ela falar sobre a morte.
- Vamos descer – pediu o pato depois de alguns instantes – a gente tem cada pensamento estranho em cima das árvores...”.
Um dia o pato sente frio e pede que a morte o esquente.
Ela o esquenta com o olhar.
Enquanto ele descansa, o carrega no colo com cuidado até o grande rio.
“E continuou olhando o fluxo do rio por um bom tempo.
Quando perdeu o pato de vista, por pouco a morte não ficou triste.
Mas assim era a vida”.
“E onde a tulipa entra nesta história?”. é a pergunta na contra-capa do livro...
A tulipa estava na mão da morte desde que ela apareceu para o pato.
É a flor que o acompanha em sua jornada para além de morrer.
A tulipa vermelha representa o amor verdadeiro.
Aquele citado pela morte em "a grande questão", o amor que humaniza a morte no livro do saramago.
Viver, buscar sentido e morrer... nossas únicas certezas.
Certezas que nos fogem muitas vezes ao alcance...
Nos cabe então, construir sentidos muito próprios ao que se vive para morrer sempre em paz.
querida amiga, essa é minha maneira de dizer o quanto amo viver.
o quanto te amo e a tudo que você é.
Oiran, em sua vida, construiu sentidos intensos.
isso é viver para morrer em paz...
qualquer que seja a morte, em qualquer que seja o tempo.
amemos mais ainda a vida, em honra a ida dele pelo avesso para além de morrer.
20.10.09
pela net
ou conversa de elefante II
tive um raio de iluminação.
somos tão diferentes,
homens e mulheres.
a maioria de nós gosta de detalhar, entender o que se passa.
gostamos do diálogo.
a maioria deles gosta dos fatos, de clareza no que se quer.
gostam da ação.
acontece que numa relação, é preciso lidar o tempo todo com essa tensão.
ela explica em detalhes o que se passa, ele responde com um enigma:
"aproveite ou enlouqueça!"
tive um raio de iluminação.
somos tão diferentes,
homens e mulheres.
a maioria de nós gosta de detalhar, entender o que se passa.
gostamos do diálogo.
a maioria deles gosta dos fatos, de clareza no que se quer.
gostam da ação.
acontece que numa relação, é preciso lidar o tempo todo com essa tensão.
ela explica em detalhes o que se passa, ele responde com um enigma:
"aproveite ou enlouqueça!"
"- ei, que cê tá fazendo?
- tô aguando as plantas!
-mas tá chovendo!!!
- e daí...? eu estou de guarda chuva...!"
iê
(durante a tarde lendo sobre complexidade, pensei minha primeira aula na universidade.
levarei os estudantes para colher a verga.confeccionaremos, cada qual seu berimbau.
assim, apenas compartilhando o momento, falando o que vier como assunto, nos conhecendo um pouco.
essa será a metáfora do encaminhamento de minhas aulas.
estudar comigo vai ser o processo...) pequena digressão sobre a memória do vivido
fazia tempo que sabia ser grande
a liberdade de ser e existir.
o ritual do corpo,
o ritual do movimento,
o ritual da roda.
a possibilidade de contatar todo o sensorial,
liberando sensações, emoções e a criatividade.
estive saudosa...
lhe reencontrei.
de longe apreciei.
de perto cantei.
me sinto a vontade.
trajava vestido, ainda assim o corpo soltou a ginga.
preciso dizer axé minha angola!
amor da minha vida.
(fazia tempo estava distante desse amor. o corpo travou.
maneira tosca, mas certeira de se manter vivo. ficando imóvel.
hoje estive presente em parte dessa energia ancestral.
estive no circo. estive no treino da capoeira angola.) pequena digressão sobre o ocorrido
fui embora cantando bonito...
" apanha laranja no chão tico-tico,
se meu amor for se embora eu não fico...
panha laranja no chão tico-tico,
se meu amor for simbora eu num fico"
música
passei muito tempo
no silêncio das emoções
de dentro...
ouço.
me embalo...
danço.
no ritmo me lanço.
19.10.09
dança imóvel
movimento do corpo inquieto.
movimento distinto, descontínuo...
o sentimento começa aos poucos
dando a impressão
que deve ser muito prazeroso
fazer aquilo.
basta um gesto no final
e pronto o convite foi feito...
18.10.09
melancolia
"achava bonita a palavra escrita..."
enquanto se depilava com o aparelho cor de rosa, que usava para sentir um pouco de suavidade no ato cotidiano, pensava escrever um texto teatral.
para poucos seria o título...
um monólogo, dialogado com o público escolhido/convidado a participar do espetáculo.
começaria pela declaração de loucura, que por fazer parte do espetáculo pareceria ficção...
depois seria desfiada toda a linha da vida, aquela vida vivida e aquela filosofada, entre um estrondoso desastre e outro...
ao final a despedida, para nunca mais...
e ficariam todos a esperar sua volta, e ficariam todos aguardando para sempre...
e assim viveria eternamente na memória...
enquanto se depilava com o aparelho cor de rosa, que usava para sentir um pouco de suavidade no ato cotidiano, pensava escrever um texto teatral.
para poucos seria o título...
um monólogo, dialogado com o público escolhido/convidado a participar do espetáculo.
começaria pela declaração de loucura, que por fazer parte do espetáculo pareceria ficção...
depois seria desfiada toda a linha da vida, aquela vida vivida e aquela filosofada, entre um estrondoso desastre e outro...
ao final a despedida, para nunca mais...
e ficariam todos a esperar sua volta, e ficariam todos aguardando para sempre...
e assim viveria eternamente na memória...
14.10.09
13.10.09
doçura
acordei com sabor do sorriso dela
que pode transformar toda água do mar...
não haveria mais sede nesse planeta...
tudo seria doce e potável
tudo seria claro como olhos que sorriem.
viver seria sempre impeto como seu movimento.
por essa doçura, escancaro um sorriso para o dia que acorda claro e azul.
liberdade
muitas histórias passaram por minha cabeça.
todas elas tão boas...
pensei não escrever para torná-las realidades.
mesmo assim o medo não me assola.
ela chegou e pronto.
a dona-liberdade
é assim, insubordinada.
12.10.09
renascimento
hoje, fui além da minha própria dor.
o sofrimento me aquieta
e a combustão se completa.
hoje, renasci fênix.
sobre o tempo
quando se vive livre,
o limite da amplidão é solidão...
quando se vive preso,
o espaço reduzido parece companhia...
talvez pela confusão,
muita gente viva presa de seu medo...
da vida e da morte.
a duração do sentido é o que somos,
uma ampulheta sem tamanho, com diferentes medidas.
generosidade
ou sobre morrer
até na dor ela é generosa,
mesmo na despedida
ela promove encontros...
transborda de amor,
nos chamando a viver.
até na dor ela é generosa,
mesmo na despedida
ela promove encontros...
transborda de amor,
nos chamando a viver.
9.10.09
inspiração
ou no abraço faz passar a sensação de estar só
ou ainda sabor de fruta mordida
desde ontem, crio histórias boas e felizes...
existe um sentimento de encontro muito grande.
a inspiração é mútua.
existe reciprocidade.
sentimos prazer de viver...assim... simplesmente.
nossos sentidos despertam para o que temos e não para o que nos falta.
nos damos bem...
espalhamos amor.
ou ainda sabor de fruta mordida
desde ontem, crio histórias boas e felizes...
existe um sentimento de encontro muito grande.
a inspiração é mútua.
existe reciprocidade.
sentimos prazer de viver...assim... simplesmente.
nossos sentidos despertam para o que temos e não para o que nos falta.
nos damos bem...
espalhamos amor.
início
ou lado "n"
ao abraço sentiu o encontro.
por sua cabeça a imagem da "origem do amor"
ao olhar seu rosto se transformava...
só ouvia poesia de sua boca.
sentiu que o amor doi mas pode não machucar.
ontem, encontrou um pedaço de si...
6.10.09
pergunta
o que há de novo para descobrir?
toda porta é passagem.
levarei pouco na mala
a bagagem é a própria viagem.
água por todos os lados
tantas lágrimas...
na inação me fortalecerei
ou me afogarei...
na inação vencerei sucumbindo...
deixarei que tudo passe por mim.
ficarei como fica o poder da água
que se transforma num ciclo eterno.
defeito
vária vezes observei uma senhorinha levando seu lindo gato siamês, preso numa coleira, pra fazer cocô.
ela sempre o levava perto da garagem, numa área onde transitam pessoas e crianças...
um dia resolvi conversar com ela.
dei bom dia, e falei da observação que havia feito. perguntei se ela não achava um tanto inconveniente o lugar escolhido para seu gatinho cagar. visto que havia tantas outras áreas para suprir a necessidade do bichano... (vejam que nem ao menos lhe critiquei sobre o fato, ignorando meus próprios valores para falar com essa senhora, posto que ao meu ver animais domésticos devem fazer suas necessidades em casa... afinal são "domésticos" e se forem para rua que seus "familiares" recolham a sujeira... enfim... não disse nada!)
ela me respondeu que eu deveria cuidar da minha vida. que o gato era dela e que onde ele cagava não me dizia respeito.
fora outros impropérios... que não vem ao caso do relato, apenas a presença das palavras cocô, cagada e cagar, já dão o tom da merda que trata essa crônica...
fui embora entre perplexa e indignada...
como que por birra ela começou a se fazer presente todas as manhãs e tardes de meus dias, com seu gatinho cagando satisfeito...e a me olhar com cara de provocação...lua cheia e eu também ... destemperei...
chegando em casa ela estava com o gato cagando ao lado da minha garagem, ao abrir a porta do carro tive que passar por sobre a merda do gatinho...
não pude me conter. perguntei o que havia de errado com ela... que mau exemplo ela estava dando...
em resposta ela me disse que a deixasse em paz... por que é que eu me preocupava tanto, que o gato dela cagava onde ela bem quizesse... que eu nem deveria estar aqui (tenho um sotaque diferente!) resumindo... uma chuva de novos e piores impropérios...
no outro dia fui procurar o sindico do condomínio... tentar resolver a situação, saber se aquela senhora tinha família, pedir desculpas por ter falado com ela em tom rude... cimentar toda a garagem enfim algo que solucionasse meu desejo de justiça.
nisso encontro uma moça que vem se aproximando e me pergunta porque eu perseguia sua mãe.
pedi que me acompanhasse até minha garagem... e lhe mostrei os montinhos de merda do gato...
ela me disse não estar vendo nada... apenas areia! porque é que eu implicava com o gato dela... haviam tantos gatos pelo condomínio...
lhe expliquei que não implicava com o gato dela, adoro gatos, nem com a mãe dela, adoro velhinhas, muito menos com ela que nem conhecia, adoro gente desconhecida, a questão era outra...e por ai foi nossa conversa, relatei a provocação, as cagadas matinais e vespertinas, não pude deixar, desta feita, de dizer o que penso sobre criar animais domésticos, me usando inclusive como exemplo, que não os criava mais justamente porque não podia mais manter o padrão de vida de um gato doméstico ( detefon, almofada e trato!).
parece que depois de um tempo da conversa ela continuou não entendendo do que eu falava... mas se comprometeu a não deixar o gatinho cagar no caminho... (percebam que pouco vai mudar, ele apenas não irá cagar mais na passagem da garagem... cagará pelo condomínio... levado pelas mãos de seus familiares)fui para casa aos prantos... ao encontrar com minha vizinha, ela me perguntou o que eu tinha, disse estar muito cansada. ela toda consoladora começou logo a dizer que a vida é assim... que ela também passou maus bocados para criar os filhos...
lhe contei que não estava cansada do trabalho de cuidar de uma criança... isso era bom para mim...
estava cansada de me sentir mal entendida, falei do gato, falei dos vazamento no prédio, do som alto dos vizinhos... da pintura descascada do prédio, falei que todos tem carros, internet, tv a cabo, mais que não se importam com o lugar onde moram... era disso que eu estava cansada.
ela suspirou, e me disse para ignorar... é isso que amaioria das pessoas deve fazer sobre os problemas coletivos... ignorar!?
ignorar um comportamento é ignorar quem o tem...eu disse que não conseguia ignorar outro ser humano...
ela suspirou novamente e disse que eu iria enlouquecer então!
passei toda a manhã chorando e me sentindo louca... deslocada, no lugar errado...
queria conseguir sensibilizar as pessoas, mas elas não gostam do que falo, meus argumentos são inúteis para a lógica individualista ... elas gostam da opressão violenta, da crueldade e do esquecimento da condição humana.
o comportamento humano me parece estranho... meu próprio comportamento me parece estranho...pretendo me lembrar disso, mas acabo sempre esquecendo... esse parece ser meu maior defeito.
5.10.09
palavras de amiga
ou minha contribuição para sua felicidade
a pergunta é: como você afastou o amor da sua vida?
acho isto o cerne da questão
da sua questão.
do que dizem
as coisas ao redor
me dizem todo o tempo,
que não me importo com nada!
saio pela casa
colocando as coisas em ordem.
repito um mantra:
- eu me importo! eu me importo! eu me importo ...ad infinintum...
olho satisfeita a organização!
vem uma voz lá de dentro
e diz que não...
me dizem todo o tempo,
que não me importo com nada!
saio pela casa
colocando as coisas em ordem.
repito um mantra:
- eu me importo! eu me importo! eu me importo ...ad infinintum...
olho satisfeita a organização!
vem uma voz lá de dentro
e diz que não...
bartar ser sincera
cada vez que me acalmo...
me ouço dizer o mesmo:
- a despeito de tudo, bastava você!
me ouço dizer o mesmo:
- a despeito de tudo, bastava você!
4.10.09
flutuação
a aparente estabilidade das coisas,é uma ilusão...
meditava sobre a garrafa flutuando...
a mensagem estava segura por dentro, mas por fora apenas incerteza...
meditava sobre as flutuações da vida...
impermanência, temporalidade...
meditava a respeito das coisas serem passageiras...
a garrafa agora seguia a corrente marítima mais forte...
alguém a encontraria?
meditava sobre a garrafa flutuando...
a mensagem estava segura por dentro, mas por fora apenas incerteza...
meditava sobre as flutuações da vida...
impermanência, temporalidade...
meditava a respeito das coisas serem passageiras...
a garrafa agora seguia a corrente marítima mais forte...
alguém a encontraria?
2.10.09
traduzindo
nasci prá ser vagal...
boêmia...
o prazer da noite me distrai.
ontem sai como gata de rua,
vagando, virando lata.
nasci para ser livre
até de mim.
1.10.09
mistura
não misture amor e ódio.
seus pensamentos são só seus...
seu coração é só seu...
em todo lugar tem um homem prá te falar de amor...
não leve o que não é seu...
você pode ver seu rosto, mas não seu coração...
Assinar:
Postagens (Atom)
Seguidores
Arquivo do blog
-
▼
2009
(333)
-
▼
outubro
(44)
- mistura
- traduzindo
- flutuação
- de novo
- bartar ser sincera
- do que dizem
- estranha
- silêncio
- palavras de amiga
- defeito
- água por todos os lados
- pergunta
- início
- inspiração
- generosidade
- malícia
- sobre o tempo
- fibra
- renascimento
- liberdade
- doçura
- utopia
- melancolia
- dança imóvel
- música
- iê
- pela net
- funeral
- olfato
- despedida
- amo
- funeral II
- energia
- sobre perder
- guia
- sangrandas
- dúvida
- surpresa
- palavras
- valsa
- epidermica
- distância
- poder
- tecnologia
-
▼
outubro
(44)
quem sou eu?
- ni
- as definições, as conceituações, me entram, como se diz, por um ouvido e saem pelo outro... sou.