17.8.09

ruminante






carreguei meu filho na "bandoleira", por trajetos que, pelo esforço físico me fizeram sentir: uma vaca, uma mulher e uma deusa.
não necessáriamente nessa ordem...
experimentei esse prazer ruminante, ao carregar meu filho na "bandoleira azul"...
andei, como uma deusa desfrutando seu passeio pela terra, carregando em sua anca um fruto sagrado.
sentir todo o movimento e o esforço necessário para o deslocamento, me deixou assim reflexiva.
sabe, como é? saber que você carrega uma carga, mas sentir que basta manter o passo firme, que vai chegar ao seu destino... a existência deve ser carregada dessa dignidade... a estética do movimento é muito importante. manter a postura. andar elegante.
assim me senti vaca... ruminando sobre o destino...
interessante que a vida fosse uma certeza que se vai chegar em casa, basta manter o passo firme.
é um sentimento de resignação abnegada.puro paradoxo.
é entrega ao limite, posto que toda carga é uma CARGA!sejam flores ou pedras.
e assim fui andando, como mulher que cresce a cada dia.
numa sociedade que ainda ensina a mentira "prá boi dormir" que somos nós que parimos que temos que carregar... cuidar...nutrir... sermos fortes e comprometidas.

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