21.8.09

arquitetura orgânica

Penso na cidade como um corpo humano.
Nada de novo em meu pensamento, apenas a inquietante sensação de que esse corpo/cidade é mutilado, pensado arquitetonicamente para ser coxo, manco, desequilibrado.Sim, existem zonas erógenas, em todo esse habitat degradante.
Atualmente, palavra evasiva para falar de no mínimo dois séculos, muitas cidades/sociedades acreditam que sua prosperidade está ligada ao nível de consumo ao qual devem ter acesso e na manutenção de uma economia baseada no fetiche do crescimento da economia capitalista.
Ainda não se descobriu como diminuir a velocidade da rodopiante sociedade de consumo, mantida as custas de muito desperdício,não só de materiais como de vidas.
De quem são as cidades?
Dos arquitetos que a planejam. Das grandes construtoras que os contratam, para projetar gaiolas de prender gente?
Dos publicitários que vendem a idéia de que você está comprando o sonho de morar bem? Perguntas evasivas, de pouca e fraca retórica.
a organicidade não é levada em conta.
Não existe razão tecnológica para o edifício opressor.
Já imaginaram a mudança comportamental provocada em nossa sociedade por morar amplo, integrado, saudável acústica e térmicamente falando.
Seria isso uma fantasia?
Somos o corpo social da cidade. Andemos por suas áreas erógenas, tomemos gosto pela liberdade, que só uma caminhada com nosso próprio esforço motor pode propiciar.
Vamos criar bens artísticos duráveis ou voláteis, mas que nos façam amar a cidade, como se ama outro corpo.
Carecemos de reavaliar nosso modelo de “desenvolvimento”, carecemos de reavaliar nossos “modelos”.
Imagine-se morando numa simples e elegante casa/apartamento, projetada com amplitude.
Consegue dimensionar o prazer?
Experimente com dedicação e capricho modificar sua relação com o espaço projetado por "álguem" no qual você vive...

A arte nos mostra que somos todos capazes de fazer e pensar a cidade...

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