andava por aqueles dias cheia duma sensação de potência.
era uma outra dimensão aquela em que vivia a representação do vivido.
numa parada de ônibus avistou uma desconhecida, na qual de imediato se reconheceu.
era um de seus delírios recorrentes... ser parte de outras pessoas.
uma deusazinha negra. linda. pézinhos cheios de anéis. cabelos envoltos num pano.
estilosa. na dela.
ficou a observar e num impulso escreveu-lhe um bilhete:
não sei de onde veio...
nem para onde vai,
mas se puder me liga,
se puder me leia.
sentou-se ao seu lado e entregou-lhe o bilhete.
ela olhou sorrindo e perguntou:
-você quer me conhecer?
-é! já estou conhecendo...
ganhara mais uma amiga
ou talvez só mais um conto.
o que importava era a poesia
de todo encontro.
o que importava era a poesia
de todo encontro.
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