29.6.10

uma parede em branco

me aproximei da parede.
toquei. deslizei as duas mãos.
repousei o rosto. fechei os olhos.
abracei a parede. me entreguei a perceber sua textura branca.
desenhei mentalmente com o movimento das mãos, o início de uma mandala.
abracei a parede. me entreguei a perceber sua textura branca.
movimentei o rosto em carícia.
senti as possibilidades de um outro toque.
mexi o tronco. esfreguei os seios.
mexi o quadril. esfreguei o sexo.
não mexi as pernas. estava centrada.
na parede me abraçava.

Um comentário:

costureira do universo disse...

já viu a poesia de manoel de barros que ele fica maravilhado a ver a lesma fazer amor com a parede... lembrei ao ler vc...

=*

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