3.11.09

confissão




confesso que fiz tudo errado.
assim, meio sem jeito
meio atravessado.
quando tava crescendo
te machuquei um bocado.
sou bonitinha mas tenho umas ferpas
que ferem sem se perceber...
pensei que sua mão
me conduziria ao crescimento sadio.
sua mão, quebrou meu vaso, no susto da dor.
entre  cacos, vadia e persistente
sigo viva, mesmo doente...
que o tempo me cure
ou as mãos de outro jardineiro
fiel, sábio e dócil.
só não posso é morrer...
tenho flores e frutos prá dar.
tenho passáros e insetos para abrigar.
vou me nutrindo dos olhares curiosos de quem passa pelo jardim.
devagarinho enraizo profundo,
buscando água prá me molhar por dentro.
de vez em quando chove e me animo.
quando estia, sinto falta dos seus cuidados errados...
jardineiro descuidado,
vou sempre lhe amar...
você me plantou,
talvez sem querer...
talvez sem saber...
quem sabe...
me amou.


" ...a saudade incendiando a madrugada
no silêncio queima a chama da alegria
inda lembro de você naquele dia
me beijando, me dizendo que me amava
te amei tanto que eu não imaginava
que sozinho ficaria triste  e oco
quando o mundo me chamava eu tava mouco
galopando o vagão do pensamento..."





Um comentário:

Anônimo disse...

gostei demais!

Seguidores

quem sou eu?

Minha foto
as definições, as conceituações, me entram, como se diz, por um ouvido e saem pelo outro... sou.